domingo, 26 de julho de 2009

Fisco rastreia laranjas em negócios dos Sarney


São 17 ações fiscais em curso, que atingem 24 pessoas e empresas relacionadas direta e indiretamente aos Sarney, incluindo sete contribuintes do Rio de Janeiro e São Paulo.

O caso se estende até a Usimar Componentes Automotivos, empresa que deu nome ao escândalo da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) no final da década de 1990 no Maranhão, no governo da então e atual governadora Roseana Sarney (PMDB).

O aperto da fiscalização sobre pessoas físicas e jurídicas da família Sarney somou-se a uma série de outros fatores que levaram o governo federal a demitir a secretária da Receita Lina Maria Vieira, segundo a Folha apurou.

Por meio de nota, Fernando Sarney afirmou que a fiscalização da Receita é de rotina e nada tem a ver com câmbio e lavagem de dinheiro. Ele negou qualquer ligação com a Usimar.

O empresário disse ainda que a fiscalização não tem relação com a saída de Lina Vieira do comando da Receita porque foi iniciada antes da nomeação dela para o cargo. No entanto, foi na gestão de Lina que a Justiça Federal expediu um ofício determinando celeridade na investigação. A receita constituiu então um grupo especial de fiscalização com auditores de fora do Maranhão.

Entre os alvos do fisco estão Dulce de Britto Freire, Walfredo Dantas de Araújo e Thucydides Barbosa Frota, que constam como sócios do grupo Marafolia, especializado em shows e eventos. Segundo a PF, Fernando Sarney e sua mulher, Teresa Murad, "são os donos de fato" do negócio.

Demissão

A secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira, foi demitida no último dia 15 após menos de um ano no cargo.

O argumento oficial foi a queda na arrecadação, mas acredita-se que um dos motivos tenha sido a disputa entre a Receita e a Petrobras, em relação a uma mudança contábil feita pela estatal no final de 2008 e que permitiu uma redução de R$ 4 bilhões no recolhimento de impostos. Essa questão foi um dos motivos usados pela oposição para a criação da CPI da Petrobras.

Durante sua administração, Lina também concentrou a fiscalização sobre grandes contribuintes, aplicando autuações bilionárias em bancos e empresas de diversos setores.

Os atingidos, incluindo o grupo de Sarney, pressionaram pela sua demissão.

Mulher de Sarney é transferida para hospital em São Paulo

A mulher do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Marly Sarney, foi transferida para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, na tarde deste domingo. Segundo o hospital, Marly chegou ao local por volta das 15h, está fazendo alguns exames na tarde deste domingo e passa bem.

Dona Marly, 77, recebeu cuidados médicos em um hospital de São Luís após sofrer uma queda em sua casa na última quinta-feira (23). Ela teve quatro fraturas no ombro direito.

De acordo com assessoria de imprensa da presidência do Senado, Sarney está muito abalado com o ocorrido e preocupado por causa da idade de sua mulher.

Leia a íntegra da nota do Senado de sexta-feira (24) sobre a mulher de Sarney:

"Os médicos marcaram a viagem de dona Marly Sarney, de São Luís para São Paulo, onde será operada, para hoje, domingo (26).

Eles consideram este período importante para estabilizar o quadro de saúde da esposa do presidente do Senado, José Sarney, haja vista que Dona Marly sofre de diabete e pressão alta.

Secretaria de Imprensa do Gabinete da Presidência do Senado Federal."
De: Folha On line