sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

TORRES 1 ANO, ROSINHA 1 MÊS: SAUDADES ETERNAS.


Torres: 09 de janeiro de 2010
Rosinha: 11 de dezembro de 2010

Sucumbir à dor da perda,
Perdidas em varedas apertadas e incendiadas ,
Mesmo que os ensinamentos divinos nos conforte,
jamais escaparemos da morte.

Súbita e traiçoeira,
Que nos faz calor pelo pranto,
Em todos os cantos te vejo
E aí fica incontido meu latejo.

Foram-se. Diz-se que no céu estão,
As rosas e o pasto verde lhes permitem ver
toda nova imensidão.

Curvo-me diante do rei senhor
Deus sábio e todo poderoso,
E numa ladainha interminável, ajoelho-me fervoroso.

JM CUNHA SANTOS ESCREVE: A DOR ALHEIA

Socorrão, centro da cidade, 10 horas da manhã. Uma multidão chega do interior depois de percorrer quilômetros. Pernas quebradas, braços tortos, fígados rompidos, costelas partidas, baços inchados, ataques cardíacos, ânsia de vômito e todas as doenças que se puder imaginar. Mistura-se aos doentes de São Luís. O hospital está cheio. Todos os hospitais da nova metrópole estão cheios. Os do Estado foram fechados para reforma e a maioria dos funcionários dispensados por conta de uma política de terceirização que só revela incompetência e incompetência cada vez mais.


Madrugada de sábado. Uma sirene insistente incomoda os ouvidos. Uma mulher grávida e assustada, mais assustada do que grávida tal é o desmantelo no Sistema Estadual de Saúde, com dificuldades de parto, sem plano de prevenção, procura uma maternidade para dar a luz. Pode ser que encontre uma vaga, mas o mais provável é que não. Terá seu filho aonde Deus quiser.


Em outra ambulância, a sirene corta o silêncio da noite. Um homem baleado por assaltantes busca socorro de emergência. Ele precisa de sangue, ele precisa retirar a bala que pode lhe ceifar a vida. Não há médicos de plantão. Eles foram demitidos ou afastados e até lhes propuseram trabalhar pela metade do salário. O homem só poderá ser tratado nos socorrões do município, se vagas ainda houver. Os hospitais do Estado, nós sabemos, foram fechados para reforma e nunca mais pararam de reformar.


Meia-noite de segunda-feira. Em uma das mansões do Calhau uma unha encravada acorda o grande empresário da construção civil cujos contratos com o Governo garantem a posse do jatinho estacionado no hangar do aeroporto. Ele sonega impostos, burla a previdência, corrompe funcionários públicos, mas é imediatamente transferido para um Centro Ortopédico de São Paulo e em seguida para New York onde, se duvidar, vai ganhar até um dedo novo.


Em São Luís, o prefeito tenta construir um novo Hospital de Emergência. Não pode. Uma gang de luxo em disputa por votos decidiu impedir. Como pode alguém perseguir dessa forma a dor alheia?

Nota do Blog.: E no resto do Maranhão o que era de excepcional - se é que pode se chamar de excepcionalidade, doença - está um caos, um deus nos acuda. Hospitais públicos sucateados por conta das divergências políticas. E o povo? ah! o povo, deixa prá lá. Eleições agora só em 2012.

Parque da miséria

JM Cunha Santos
Miséria é o filho apenas assistindo ao lanche de outras crianças na cantina do colégio. Miséria é passear no shopping decorando os preços de coisas que nunca se vai poder comprar. Miséria é não ter roupa para ir ao Shopping.


Miséria é vender o corpo em troca de um prato de comida, é não ter dinheiro para pagar a passagem do ônibus, é estar entre tantos prédios e não ter onde dormir. Miséria é desejar e não poder ter daquele que tem tanto que nem consegue desejar.


Miséria é não ir à igreja porque não tem dinheiro para o dízimo. Miséria é panela vazia e falta de panelas, é o trem zarpando entre os gritos dos que pedem esmola. Miséria é a falta de trabalho e de formação profissional.


Miséria é o cheiro de comida na casa vizinha, é a dor explodindo e não poder comprar o analgésico, é a imensa fila do hospital que não aguarda por sua dor. Miséria é a farda escolar puída e envergonhada, é o voto vendido em troca de um ventilador.


Miséria é a faca no pescoço e a pistola no ouvido, é a humilhação pública de não se sentir cidadão. Miséria é limpar carros nos sinais de trânsito, é aguardar restos nas portas dos restaurantes, é suar de fome ouvindo os urros dos bois.


Miséria é a rua alheia, a casa alheia, o hospital alheio, a igreja alheia, a escola alheia enquanto se procura um lugar. Miséria são aquelas crianças bem lavadas no Show da Xuxa se fedemos por falta um pedaço de sabão. É a noite que vem e volta sem portas e janelas para fechar.


Miséria é aquela música nos lábios do bebê sem leite, é a mãe seca e o pai desempregado, é o grito de horror das prisões e sanatórios públicos. Miséria é essa falta de sapatos no caminho, esse lugar sem teto e essa terra sem plantio, essa alma rasgada e esse coração tão triste e tão sem fúria que não dá pra governar.

MPF IRÁ CONTRA HOSPITAIS QUE COBRAM CHEQUE-CAUÇÃO

O Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA) ingressará na Justiça contra hospitais que exigem garantias financeiras dos usuários de planos de saúde.

Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) os hospitais são proibidos de exigir cheque-caução, ou qualquer outro tipo de garantia, como condição para atender clientes de planos de saúde.

Para a ANS com o que está posto no artigo 171 do novo Código Civil, é possível anular qualquer negócio assinado por pessoa em estado de perigo. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) também condena a cobrança.

De acordo com o artigo 39 do CDC, a exigência da garantia para o atendimento é prática abusiva que expõe o consumidor a desvantagem exagerada, causando desequilíbrio na relação contratual.

O MPF-PA vai pedir que a Justiça proíba a continuidade da prática nos estabelecimentos que estiverem exigindo esse tipo de garantia. O procurador da República Bruno Araújo Soares Valente, que atua na área de defesa do consumidor, também pretende requerer indenização para os prejudicados.

Do Blog do Itevaldo Jr