segunda-feira, 14 de junho de 2010

A tortura de Manoel da Conceição

É impossível a qualquer pessoa minimamente sintonizada com a política ficar indiferente ao drama vivido por petistas maranhenses que resistem a uma humilhante e desonrosa capitulação à oligarquia Sarney.

Veja-se, por exemplo, o caso de Manoel da Conceição, militante de esquerda reconhecido em todo o mundo, um dos primeiros a assinar o manifesto que deu origem ao PT, em 1980, integrante de sua primeira executiva e candidato do partido ao governo de Pernambuco, em 1982, na volta do exílio e antes do regresso ao Maranhão.

Ontem, às vésperas da reunião do Diretório Nacional que pode violentar a decisão democrática aprovada no encontro estadual, Manoel da Conceição desabafou: “ver o PT sendo entregue a Sarney é a pior tortura da minha vida”. Palavras de um homem que por oito meses foi vítima de todo tipo de atrocidades nos porões da ditadura. “Torturaram meu corpo”, ele diz, “e agora querem torturar minha alma”, completa.

Próximo de seus 75 anos de vida, o “guerrilheiro” Mané está hoje em Brasília para pedir à direção do PT, “com todo respeito e com todo amor”, como gosta de antecipar em seus discursos, que não o torturem entregando o PT que ele ajudou a construir a um “coronel da política que me perseguiu por toda a vida”, disse.

Resta saber se seus companheiros da direção nacional ainda ligam para valores como coerência, justiça, solidariedade.

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